Publicado no jornal Bem-Estar – Fundação CESP – nº 189 – Pág. 9
Junho/ Julho 2009
Giovanna Bartucci
Em 6 de maio de 1856, nasce Sigismund Scholomo Freud, ou Sigmund Freud, o pai da psicanálise. Não fosse o fato de uma velha ter profetizado que ele se tornaria um grande homem, a vida de Freud marcou a história da humanidade, indiscutivelmente. Se Copérnico demonstrou que a Terra não é o centro do universo e Darwin retirou o homem do centro da criação, Freud descentrou a razão ao revelar que o homem é regido por forças que escapam a sua consciência. A descoberta do insconsciente atestou, afinal, que o homem não tem domínio absoluto de si mesmo.
Com efeito, Freud cria a psicanálise entre os 40 e 45 anos de idade nutrindo-se do seu contexto social e cultural, mas, acima de tudo, de sua própria história. Ao dedicar-se à auto-análise e ao trabalho dos sonhos, Freud põe em andamento um trabalho interior que terminou por constituir a própria psicanálise.
40 anos de idade, a crise da metade da vida? No mínimo, um presente que se transforma em um curvar-se para trás no tempo e um permanente vir-a-ser. O fato é que Freud deixa claro que não faz distinção entre os termos “cultura” e “civilização”, uma vez que é por meio da apropriação da Kultur – conjunto de produções humanas tanto sociais, quanto culturais – que o sujeito realiza a sua Bildung – a formação interior de seu ser. No caso do pai da psicanálise, o percurso que o levou de “Sigismund Schlomo Freud” a “Sigmund Freud” – um trajeto que alterou a história da humanidade.